domingo, 7 de fevereiro de 2010

Formação continuada de educadores (Parte 2)

(continuação...) A educação continuada é uma realidade em nossos dias pois vem sendo reconhecido, discutido e orientado através das secretarias municipais e estaduais de educação com textos e literaturas oficias sobre esse tema.
A formação continuada pode ocorrer de muitas maneiras e cabe ao coordenador pedagógico a viabilização de ações que contribua de forma eficaz para a realização delas.
Existem algumas ações que se fazem necessárias para a realização da formação continuada, como:
- Vontade por parte dos educadores e governantes criadores de políticas públicas no oferecimento de propostas como: parceria nos cursos oferecidos pelas secretarias municipais e estaduais, criação e viabilização de centros de estudos para realização de cursos, congressos, visitas a museus, visitas a escolas que possam servir de modelo entre outras ações;
-busca de recursos financeiros para encaminhamento de professores aos cursos que implicam em algum custo;
-estruturação e organização de tempo privilegiado de forma que atenda a todos os professores em reuniões semanais ou mensais para estudos coletivos e individuais
-a formação deve partir de uma necessidade geral (de melhorias no trabalho, embasamentos teóricos sobre educação...) seguindo a necessidade específica do grupo e suas particularidades.
-necessidade de estruturar um trabalho com objetivos concretos, possíveis e que tenham uma meta final específica: a educação da criança.
Para que haja uma mudança e melhoria relevante na concepção e rotina da escola através da formação continuada, é fundamental que os próprios educadores construam sua autonomia intelectual através de estudos reflexivos sobre a própria prática e as reais necessidades vividas diariamente por ele.
Um trabalho de formação bem estruturado, valoriza a troca de experiências, a refexão sobre o próprio trabalho a conscientização de que só pode existir um grupo se houver objetivos comuns. Cabe a coordenação CONSTRUIR esse grupo. Trabalhar com as pessoas, instigar, mexer, estabelecer as metas que devem ser atingidas para que com esse grupo nasça o desejo de prosseguir fazendo a diferença.
Em uma concepção democrática, não é mais aceito a idéia de “forçar” os professores a realizarem determinada tarefa ou ainda mudarem sua prática. Não dá pra mudar ninguém e nem sequer fazê-los reproduzir uma linha de ideais que são nossos.
O modelo é que deve ser o inicio de todo processo.
Modelo na forma de tratar o grupo (coordenadora x professores = professores X alunos)
Modelo de reuniões e estratégias de leitura, reflexão, organização do tempo e espaço... (coordenação x professores, professores x alunos, professores x pais..)
Através do nosso modelo de atitudes, podemos contaminar as pessoas e desenvolver nelas a consciência de que a responsabilidade é delas quando um aluno não aprende, quando um aluno desencadeia comportamentos típicos, quando o aluno demonstra desinteresse ou ainda indisciplina.
E o desafio do coordenador é saber lidar com a resistência e driblar essas situações que geram tanto mal estar e ainda contaminam o grupo.
É preciso muito equilíbrio, muita garra, muito desejo de mudança e ainda uma dose muito alta de paciência, pois, sabemos que mesmo quando já tenhamos esgotado todas as possibilidades, ainda assim existem pessoas imutáveis que não aceitam as mudanças, não acredita no poder de transformação, enfim, não se implicam no processo. Nesse caso onde não há o enquadramento do grupo, onde não há possibilidade de formação, se faz necessário o remanejamento dessa pessoa dentro da equipe ou ainda a demissão por falta de adaptação a nova proposta.
Como nem tudo é tão simples e muito menos existe uma receita do que deve ser feito então, deixo aqui uma indagação: o que fazer quando foge das nossas mãos demitir, uma vez que existem outras variáveis, como a falta de recursos financeiros e/ou ainda  (o fator mais decisório) a falta de apoio/permissão por parte da nossa diretoria? (Vale ressaltar que a maioria das diretorias de creche são formadas por outros profissionais que não são da área educacional e que trazem consigo uma visão assistencialista totalmente segregada da educação.)
Partindo de toda a discussão levantada nesse texto sobre formação deixo minha pequena contribuição sobre o que é possível ser feito, agora sobre esta ultima questão, sinceramente é uma indagação que me deixa inquieta e insatisfeita, o qual me sinto impossibilitada de fazer algo de concreto, porém uma coisa posso fazer, incomodar, não me calar, não desistir de conscientizar a diretoria. A parceria das creches com a secretaria de educação de Bauru tem se fortalecido a cada ano e acredito que o cerco está se fechando, novas contratações surgindo já numa concepção mais democrática de educação. Devagar nossos diretores entenderão esse processo tão bonito e valioso que é o caminho da educação.
Dez 2009

Nenhum comentário:

Postar um comentário