sábado, 7 de agosto de 2010

Realidade da Inclusão Escolar em Bauru hoje

por Regiane Montilha

Uma colega de trabalho que está fazendo pós em Educação Especial precisava entrevistar alguém que pudesse falar sobre a dificuldade do processo de inclusão escolar. Ela me solicitou e prontamente me pus a falar e escrever... (adoro). Como ela gostou muito, pediu que eu publicasse aqui.


Esse assunto é polêmico e não muito bem-vindo no meio dos professores de sala regular. Para os professores de Ed. Especial, já é um assunto batido.


O que é verdade é que a inclusão existe, JÁ É, é página virada, a discussão agora deve ser: O que vamos fazer com isso???


Resolvi postar porque sei que muitas pessoas (que podem estar lendo isso), pode não entender muito sobre essa nova política que estamos engolindo "goela abaixo" e todos nós, direta ou indiretamente estamos em contato com crianças que estudam em alguma escola e que podem ter alguma história pra contar sobre um amigo "diferente".


Será que são todos iguais?

Qual é a maior dificuldade no processo de inclusão escolar hoje?

A maior dificuldade encontrada hoje da inclusão de alunos com necessidades especiais das escolas regulares se encontra no fato de que o sistema de ensino não possui instrumentos que viabilizem um atendimento eficaz, por falta de vários fatores como: barreiras arquitetônicas, muitas escolas não possuem espaços adequados para a realização de atividades diferenciadas, não possuem acesso aos cadeirantes em todas as dependências da escola, não possuem informações escritas em Braile, para o auxílio com deficiência visual, não possui tecnologia assistivas que favorecem o desenvolvimento das habilidades dos alunos, bem como aprendizagem formal necessária para eles.

Há ainda falta de recursos humanos para trabalhar com essas pessoas que tem NEE. Faltam pessoas para acompanhar o aluno caso tenha dificuldades para se locomover, se alimentar, ter o controle de esfíncteres, realizar uma atividade de sala de aula... Faltam contratações de professores especialistas em deficiência auditiva, visual, intelectual, física, etc. Faltam professores qualificados para trabalhar com essas novas realidades.

Sabe-se que na formação para o magistério bem como os cursos de pedagogia não tinham na grade curricular disciplinas de Ensino especial, quem optava por trabalhar com essas pessoas fazia à parte a disciplina em questão.

Há pouco mais de cinco anos os cursos incluíram na grade curricular essa disciplina e os sistemas públicos municipais, estaduais, estão se abrindo para essa nova demanda, oferecendo cursos de formação aos professores da rede.

Existe pouco incentivo da parte do governo, mas existe!
Existem muitos professores que não gostam e não querem trabalhar com os deficientes;
Existem ainda muitos professores que querem, mas não sabem como fazer;
Existem aqueles que buscam informações, ajuda, fazem cursos...
Essa é a realidade da inclusão no ano de 2010. Falta de preparo, estrutura para atender a demanda, porém um dia tinha que começar. Se fossemos esperar ter tudo pronto, organizado e desejado, nunca haveria inclusão, com isso muitas crianças continuariam segregadas, discriminadas, inferiorizadas pela classe tão sublime “dita normal”.

Espero ter contribuído para uma visão vista por outro ângulo!
Beijos de fé!

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